quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ginecologia e Obstetricia


Tratamento quimioterápico das neoplasias mamárias em cadelas e gatas

O tratamento de eleição das neoplasias mamárias é a excisão cirúrgica são: nodulectomia, mamectomia, mastectomia em bloco e mastectomia total uni ou bilateral. A escolha da técnica dependerá do número de mamas acometidas, tamanho e localização da formação, fixação a tecidos adjacentes e estado geral do animal.da formação. As opções cirúrgicas A quimioterapia é indicada no tratamento de doença sistêmica ou metastática. Deve ser aplicada às neoplasias mamárias como uma terapia adjuvante, que associada à cirurgia, tem por objetivo tentar obter a cura do animal. A quimioterapia antineoplásica visa evitar uma recidiva local, o aparecimento de metástases e eliminar qualquer célula neoplásica residual que possa existir após a excisão cirúrgica do tumor.
Os principais protocolos utilizados associam duas ou três drogas, sendo que a escolha destas deve basearse em critérios clínicos e/ou histológicos. Histologicamente, a quimioterapia é indicada para cadelas com tumores muito indiferenciados (adenocarcinomas de Grau II ou III, carcinomas ou sarcomas indiferenciados) e na presença de êmbolos vasculares. Nas gatas, devido ao comportamento mais agressivo e ao alto potencial metastático nas neoplasias mamárias, a quimioterapia deve sempre ser utilizada. Clinicamente, a quimioterapia pode ser empregada quando já há metástase para os linfonodos regionais, ou nos pulmões ou em outros locais, mas nestes casos, a quimioterapia é apenas paliativa, porém, não é inútil, pois a qualidade de vida pode melhorar, e em alguns casos, as metástases podem regredir.
Já no carcinoma inflamatório, tumor mamário de pior prognóstico, ou em extensão metastática na pele, os resultados da quimioterapia não são satisfatórios, com fracasso terapêutico quase total. Deve-se considerar a idade do animal, assim como o seu estado geral, na escolha da(s) droga(s) quimioterápica(s) mais apropriada de acordo com o diagnóstico histopatológico do tumor
Os quimioterápicos têm como alvo células em intensa atividade proliferativa, inclusive células normais que estão em constante mitose, como o epitélio das vilosidades intestinais, células da medula óssea e epitélio dos folículos pilosos. Por este motivo, mielossupressão, sinais gastrointestinais e alopecia são as toxicidades mais comumente encontradas na prática.                   
As drogas quimioterápicas de escolha para o tratamento das neoplasias mamárias são a doxorrubicina, a ciclofosfamida e o 5-Fluorouracil (este último apenas para cães).                                                          
A ciclofosfamida é um agente alquilante, utilizada na dose de 50 a 250mg/m2, administrada por via oral ou intravenosa intravenosa. Seu principal efeito colateral, além da mielossupressão, é a cistite hemorrágica estéril, provocada pela formação de um metabólito ativo da ciclofosfamida após sua ativação enzimática no fígado. A doxorrubicina é um antibiótico antitumoral, utilizada na dose de 30 mg/m2, sendo administrada estritamente por via intravenosa, por ser um agente vesicante. Seu principal efeito colateral é a toxicidade cardíaca em cães, que aparece a partir de uma dose cumulativa de 180 mg/m2. Em gatos, observa-se geralmente nefrotoxicidade. O 5-Fluorouracil é um antimetabólito utilizado na dose de 150 mg/m2, por via intravenosa. Esta droga é totalmente contra-indicada para a espécie felina, em virtude de neurotoxicidade que leva o animal à óbito, mesmo em doses pequenas.
Outras drogas menos utilizadas são a vincristina, que pode ser associada à doxorrubicina e à ciclofosfamida; mitoxantrona, em substituição à doxorrubicina em virtude da cardiotoxicidade desta; metotrexato, podendo ser associado à ciclofosfamida e ao 5-Fluorouracil; e actinomicina-D. O paclitaxel e o tamoxifeno são fármacos utilizados com sucesso no tratamento do câncer de mama em humanos, mas em cães não obteve-se um resultado satisfatório devido à alta incidência de efeitos colaterais, como reações alérgicas e efeitos estrogênicos adversos, respectivamente. O piroxicam, um antiinflamatório não esteroidal, pode desempenhar também efeitos terapêuticos no adenocarcinoma mamário, apesar de este agente não ser amplamente utilizado. Os principais protocolos utilizados no tratamento das neoplasias mamárias são doxorrubicina juntamente com ciclofosfamida, 5-Fluorouracil juntamente com ciclofosfamida, e a associação de doxorrubicina com ciclofosfamida e 5-Fluorouracil.




Rev Inst Ciência Saúde
2008;26(3):325-7


Postado por Samantha Nunes 

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